Olá, algumas linhas sobre os 50 anos de Mavi, cuja inicio de funcionamento foi em 25 de agosto de 1961. Dia da renúncia de Janio Quadros, quem diria... Imaginem a confusão!
Foi fundada por Horst Bussius e Frederico Baumann, para a fabricação de motovibradores, calhas vibratórias e peneiras vibratórias. O Sr. Bussius trouxe o conhecimento dessa área por experiência com transporte de materiais a granel, tema de seu trabalho de diplomação como engenheiro mecânico na Unversidade de Braunschweig, Alemanha e alguns anos de trabalho nas empresa Miag e Alfred C. Toepfer.
Transferido para o Brasil, com o gerente contábil brasileiro de uma dessas empresas, desligou-se e fundou aos 39 anos de idade a Telastem Ltda (peneiras para análise granulométrica) e adiante a Mavi, para máquinas maiores.
Sob a proteção das fortes limitações de importação e procura de nacionalização desses equipamentos pelos governos militares, a Mavi cresceu, associando-se em 1974 com a Uhde GmbH de Hagen, Alemanha. De 1974 a 1996 (quando a Uhde de vibração foi extinta e dissolveu-se a sociedade com Mavi) forneceu equipamentos para a indústria siderúrgica, de vidro, cimento e fundição. De 3 funcionários em 1961 passou à 120 funcionários em 1991, mas com o achaque do Plano Collor e a hiperinflação, além do escancaramento às importações, o quadro reduziu-se e mantém-se em 60 atuais.
Em 1972 a Mavi e Telastem separaram-se na administração conjunta, ficando Telastem Ltda. para o sócio Frederico Baumann e a Mavi Máquinas Vibratórias Ltda. para Horst Bussius e Ursula Bussius. Ambas empresas tinham o mesmo tamanho e a sociedade mútua não era mais necessária nem prática. Permaneceram amigos, assim seus descendentes até hoje, pois as empresas operam normalmente. Longévolas, fato raro no mercado latino-americano.
Em 1978 mudam-se para as instalações no parque Thomas Edison, orgulhosamente construídas sem financiamento de bancos ou construtoras, um difícil marco à época.
Em 1980 o eng. Bussius faleceu precocemente de uma mal cardíaco que o acompanhava fazia alguns anos, passando a administração ao corpo de funcionários e à esposa Ursula. Em 1983 a sócia Ursula Bussius se afasta do cotidiano administrativo e a Mavi passa a ser plenamente gerida pelo corpo de funcionários.
De 1996 em diante, a empresa retorna à denominação Mavi, após muitos anos como Mavi-Uhde Máquinas Vibratórias Ltda. (sendo curiosamente assim ainda conhecida por um largo segmento do mercado).
A Mavi mantém-se até o presente como a maior fabricadora de equipamentos vibratórios da América Latina, nos segmentos de equipamentos eletromecânicos e eletromagnéticos. Absorvido o know-how para a indústria siderúrgica, de fundição, mineração e de vidros, desenvolveu o seu próprio a partir de 1992 para o segmento da indústria sucroalcooleira. Onde hoje aponta como o maior fornecedor de equipamentos vibratórios para o setor, entre transportadores, dosadores e peneiras para açúcar e caldo de açúcar. Com mais de 280 usinas das 400 existentes no país atendidas até o momento. E com ramificações de fornecimentos para a Venezuela, Chile, Colombia, México, nações do Caribe e Nigéria, também países produtores de açúcar.
Mavi é o quinto maior fornecedor de vibradores pneumáticos para os Estados Unidos, através da distribuidora Houston Vibrator e o maior de motovibradores eletromecânicos no país, com sua tradicional marca Vimot. Forneceu diferentes equipamentos, desde Peru a Tailandia, da Nigéria a Madagascar, de Portugal a Argentina e outros países. A Mavi é representada no Chile, Peru, Argentina, EUA e recentemente na Península Ibérica.
Em paralelo, Mavi representa para a América Latina a empresa Sahut-Conreur da França, líder europeu em fabricação de prensas briquetadeiras para materiais pulverulentos, desde componentes para fertilizantes até carvão e iniciando com DMN-Westinghouse, da Holanda, para sua linha de válvulas rotativas especiais e padrão para a indústria alimentícia e química.
Seu know-how nos sistemas específicos para fundição é fruto de cooperação de quase 40 anos com a empresa Kuttner Equipamentos Siderúrgicos Ltda, de Minas Gerais, que em algum segmentos detém a exclusividade de distribuição, como por exemplo os sistemas Viproc de resfriamento contínuo de areia de fundição.
A empresa como todas as empresas brasileiras do setor mecânico sofre pesadamento com os importados baratos do Oriente. Hoje dos equipamentos mecânicos novos vendidos no Brasil, 40% são importados. E desses 40% mais de 70% provém da RPC. Em vista da qualidade ainda sofrível desses materiais importados a baixo custo, a tendência da Mavi foi aprimorar dois aspectos: a qualidade, com a introdução em 2005 do padrão ISO 9001: 2000 em sua forma administrativa e garantir a assistência técnica, onde quer o equipamento esteja. Uma falha grave em materiais importados e competidores latino-americanos.
Com isso a Mavi em 2010 conseguiu o melhor ano de sua já longa história de 50 anos. Aos sempre fiéis clientes mundo afora, aos nossos fornecedores e terceirizados e principalmente ao fidelíssimo corpo de funcionários, os parabéns.